Mês: outubro 2016

O Seminário promovido pelo Instituto Anísio Teixeira (IAT), foi realizado nos dias 17 e 18 de outubro na Bahia. O encontro reuniu educadores, gestores escolares, conselheiros tutelares, estudantes de direito e profissionais das áreas de direitos humanos. A profª Drª, Maria de Nazaré Tavares, abriu na segunda-feira (17), o I Se­mi­nário de Edu­cação em Di­reitos Hu­manos . Ela integra o Comitê Nacional para a Educação e Direitos Humanos e é referência na temática em todo o País.  Ela ressaltou a importância de fortalecer a educação: “O sistema de ensino precisa fortalecer o tema da educação em Direitos Humanos e ter como uma de suas responsabilidades, a formação de gestores e educadores para esta temática”, disse. O evento promoveu palestras, mesas-redondas e debates sobre a temática, como o acesso a uma educação gratuita, de qualidade e inclusiva.

 

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Denise Mattos Monteiro

Uma das características da sociedade brasileira é a arrogância e a prepotência presentes no comportamento de grande parte de sua classe dominante, mas também no comportamento daqueles que, não pertencendo a essa classe, gostam de se considerar como parte da “elite” do país.
O retrato mais acabado desse comportamento está contido no uso da malfadada expressão “você sabe com quem está falando?” Pronunciada em situações as mais diversas, mas sobretudo naquelas em que um vislumbre de revolta “dos de baixo” se apresenta, essa frase enfatiza a desigualdade social, naturalizando-a, e reforça o autoritarismo político. Ela tem por finalidade última lembrar àquele que a ouve o quão inferior ele é ao que a pronuncia. E, evidentemente, tem servido para garantir a muitos dessa “elite” ampliada impunidade de seus crimes perante a lei, garantida por advogados muito bem pagos.
Essa, assim como outras características das relações sociais no Brasil, é mais bem compreendida quando conhecemos suas origens históricas, em outras palavras, quando consideramos nosso passado escravista. A arrogância e a prepotência são legados de uma sociedade que esteve baseada na presença de senhores e escravos por mais de 300 anos. A abolição da escravidão indígena, em 1755, e da escravidão negra, em 1888, não aboliu a mentalidade correspondente a essa estratificação social, pois, em diferentes graus e contextos, ela permaneceu e permanece ainda entre nós. A depreciação do trabalho braçal em contraposição à valorização da figura do “doutor” com privilégios garantidos, por exemplo, é uma de suas faces. Continue lendo